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Arquivo de Projetos - Fundação Christiano Ottoni
Pesquisadores da UFMG atuam em projeto de recuperação da Lagoa de Ibirité-MG
Esgoto e água de chuva contaminada são os que mais impactam qualidade das águas superficiais de MG A recepção de esgoto sem tratamento e água de chuva contaminada é um dos principais problemas relacionados à qualidade das águas dos lagos urbanos e reservatórios de Minas Gerais. Pesquisadores do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Escola de Engenharia da UFMG vem atuando em várias frentes de diagnóstico, monitoramento e tratamento, com o objetivo de transformar resíduos líquidos como os que resultam de atividades industriais, reduzindo riscos ambientais. Atualmente, uma equipe com 91 pesquisadores de diversas áreas e unidades da universidade está voltada para a recuperação da Lagoa de Ibirité, em Minas Gerais. Localizada entre os municípios de Betim, Ibirité e Sarzedo, esta lagoa é um importante corpo hídrico da região metropolitana de Belo Horizonte que vem sofrendo com assoreamento, excesso de nutrientes, poluição e crescimento de plantas aquáticas. A expansão urbana, a perda de vegetação florestal e a intensificação de focos de erosão são fatores que contribuem negativamente para a qualidade da água da lagoa. Utilizando tecnologias como inteligência artificial e aprendizagem de máquina, o grupo de pesquisadores da UFMG SIMOA – Sistemas Inteligentes de Monitoramento e Remediação Ambiental (https://simoa.eng.ufmg.br/), busca soluções personalizadas para diagnóstico, restauração e gestão sustentável da água da lagoa e do ambiente em seu entorno. Iniciado em fevereiro de 2024, o AquaSmart já progrediu em 50% de suas atividades, incluindo ações de diagnóstico e monitoramento inteligente das condições ambientais e impactos causados pelas atividades humanas na Lagoa de Ibirité e bacia hidrográfica vizinha, e de interação com a comunidade, com perspectiva de impacto em três municípios que somam aproximadamente 210 mil habitantes e 91 km2 de área de estudo e ações. “O AquaSmart mostra como estamos conseguindo fazer a diferença fora do ambiente acadêmico”, comemora a professora Camila Amorim, coordenadora geral do projeto. No início de setembro, o grupo realizou o workshop “Fala Lagoa AquaSmart UFMG” como uma mostra das atividades do projeto, equipamentos utilizados, jogos interativos de cunho educacional, entre outros. O evento reuniu cerca de 120 pessoas, incluindo agentes da comunidade e equipe do projeto. “Isso é revelador de como estamos conseguindo atingir, de fato, a sociedade”. PROJETOS RELACIONADOS À QUALIDADE DA ÁGUA O SIMOA nasceu em 2019 a partir de um projeto de pesquisa e desenvolvimento de sistemas inteligentes de monitoramento ambiental no reservatório hidrelétrico de Três Marias. Além da água, atualmente, desenvolve e aplica soluções voltadas para a qualidade do solo e do ar, com capacidade analítica para detecção de contaminantes com base tanto em parâmetros tradicionais quanto emergentes, fonte de preocupação no mundo inteiro e alvo de legislações internacionais. “Além dos lagos urbanos, o Brasil tem ainda um grande número de lagos hidrelétricos que sofrem o impacto dos usos múltiplos dos reservatórios, como a piscicultura amadora, irrigação etc. As vezes você tem uma descarga e consegue, com os sistemas baseados em imagens de satélite e sobrevoos de drones com câmeras especiais acopladas que estamos desenvolvendo, avisar com mais rapidez o operador sobre uma possível contaminação no corpo d’água”, explica a professora Camila Amorim, destacando a importância de unir ciência de ponta e inovação tecnológica para trazer respostas rápidas no monitoramento e prevenção de anomalias em grandes áreas. O projeto “AquaSmart” (https://simoa.eng.ufmg.br/projeto/aqua-smart/) é uma iniciativa do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Escola de Engenharia da UFMG, sendo financiado pela ANP/Petrobras, com gerenciamento dos recursos financeiros pela Fundação Christiano Ottoni e apoio do ELO UFMG.
Pesquisa da UFMG avalia risco de incêndio em edifícios históricos de Minas Gerais
Metodologia inédita revela alta vulnerabilidade dos bens públicos Edifícios e espaços do patrimônio cultural estão entre os bens públicos mais vulneráveis a desastres relacionados a incêndios. Uma equipe de pesquisadores da Escola de Arquitetura da UFMG desenvolveu o projeto Avaliação de risco de incêndio nas edificações que compõem o patrimônio cultural de Brumadinho, com o objetivo de diagnosticar a situação atual e propor soluções corretivas e preventivas que aumentem a resiliência da cidade. O número de desastres com o patrimônio cultural aumentou muito a partir do início do século 21, afirma o professor Paulo Gustavo von Krüger, coordenador do estudo. “Até o fim do século 20, a gente tinha um desastre por década. A partir de 2011 até 2020, registramos, em média, um por ano. De 2021 para cá, o número ficou fora de controle”, revela. A equipe de pesquisa aplicou uma metodologia inédita, desenvolvida na Universidade e usada pela primeira vez na cidade de Ouro Preto, para fazer a avaliação de riscos das edificações. O trabalho inclui a aplicação de três técnicas distintas – Método Chichorro, Análise Global e Arica. A maioria das edificações avaliadas apresentou falhas significativas em pelo menos um dos critérios avaliados. “Com a sobreposição dessas técnicas, é possível abarcar um número muito maior de parâmetros de risco e segurança”, explica Krüger. O procedimento proposto pelos pesquisadores da UFMG mostra, por exemplo, que uma edificação com grau de risco alto ou sem segurança mínima contra incêndio nas três técnicas apresenta um nível alto de risco. A que não tem em duas, um risco médio-alto. Uma, um risco médio baixo. E nenhuma delas, uma edificação segura. “Com isso, consigo expor uma série de problemas e identificar quais edificações necessitam de uma intervenção urgente”, avaliou Krüger. Os mapas elaborados para Ouro Preto, por exemplo, onde 146 edificações foram avaliadas, demonstraram que a grande maioria apresenta risco médio ou alto. “Conhecer essas estatísticas ajuda o poder público a criar uma espécie de classificação de prioridade de atuação”, ressaltou Krüger. A partir dos dados coletados, os pesquisadores da UFMG propuseram ações como adequações nas instalações elétricas, planos de emergência, intervenções físicas e campanhas de educação patrimonial. O estudo também contou com um processo de Geodesign colaborativo, reunindo especialistas para pensar soluções integradas. Os resultados, segundo o professor Paulo Krüger, oferecem “subsídios valiosos para políticas públicas de preservação e segurança, com foco em medidas de baixo custo e alto impacto preventivo”. As realidades de Ouro Preto e Brumadinho, de acordo com Krüger, não são fatos isolados. Para o professor, em outras regiões de Minas Gerais, cidades com menos visibilidade, a situação pode ser ainda pior, especialmente, pela distância de unidades do Corpo de Bombeiros. Ele acredita que buscar uma parceria com a Universidade possibilitaria uma avaliação em grande escala, já que as pesquisas permitem entender várias metodologias e quais delas se encaixam em um contexto específico. “Além de construir conhecimento sobre o assunto, no meio acadêmico, os estudantes de mestrado e doutorado estão sempre criando novos procedimentos e atualizando as metodologias existentes com a inclusão de diferentes parâmetros ao que já é utilizado”, destacou. O projeto Avaliação de risco de incêndios em sítios históricos mineiros: Ouro Preto é uma iniciativa do Departamento de Tecnologia do Design, da Arquitetura e do Urbanismo da Escola de Arquitetura da UFMG, foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e gerenciado pela Fundação Christiano Ottoni (FCO) com apoio do ELO UFMG. O projeto de extensão Avaliação de risco de incêndio das edificações que compõem o patrimônio cultural de Brumadinho, também foi gerenciado pela Fundação Christiano Ottoni com apoio do ELO UFMG.
Fapemig promove mostra de ciência e tecnologia no Circuito Liberdade
Inova Minas 2025 terá divulgação científica, oficinas e palestras gratuitas. Nos dias 4, 5 e 6 de abril, das 10h às 17h, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) realizará um evento especial no Circuito Liberdade, reunindo projetos de pesquisas e atrações de divulgação científica. A programação foi desenvolvida para atender públicos de todas as idades, proporcionando uma experiência enriquecedora no campo da ciência e da inovação. A Rede Mineira de Comunicação Científica (RMCC) estará com programação na Mostra Inova Minas 2025: estande no Museu Gerdau para apresentar a atuação da Rede e oficinas no Espaço do Conhecimento para pesquisadores, estudantes, comunicadores e divulgadores que desejam aprender sobre ferramentas de apoio à divulgação da ciência. A Fundação Christiano Ottoni é uma das instituições quem integra e apoia a RMCC. Sobre as oficinas: Oficinas da Rede Mineira de Comunicação Científica Espaço do Conhecimento (Sala Multimeios) – Praça da Liberdade, 700, Funcionários, Belo Horizonte (MG) “Comece por dentro” – Estratégia de comunicação para projetos – Com Marina Queiroz A oficina apresentará cinco passos essenciais para estruturar a comunicação de um projeto, com foco no uso do Instagram como ferramenta de divulgação científica. Data e horário: 4 de abril de 2025, às 16h. “Pitch Perfeito” – Como apresentar sua ideia de forma estratégica – Com Renata Carvalho Os participantes aprenderão técnicas para construir e apresentar um pitch eficaz, garantindo clareza e impacto na comunicação de suas ideias. Data e horário: 5 de abril de 2025, às 11h. “Laboratório de Podcast” – Da ideia à produção – Com Lucas Gonçalves Oficina imersiva que abordará os principais formatos de podcast, incluindo práticas de criação de roteiro, gravação e edição de áudio. Data e horário: 6 de abril de 2025, às 10h. As inscrições são gratuitas pelo Sympla, clique aqui.
Atleta paraplégico que treina na UFMG vai às “olimpíadas biônicas”, na Suíça
Jonathas Scarano pilota um triciclo com tecnologia brasileira de eletroestimulação funcional, que ativa músculos e possibilita as pedaladas. O Projeto é apoiado pela Fundação Christiano Ottoni. Na última semana, foi realizada a a Cybathlon – também chamada de “olimpíadas biônicas” –, competição esportiva sediada na Suíça da qual participam pessoas com deficiência que usam tecnologias avançadas. Na edição deste ano, o atleta Jonathas Scarano, do projeto FreeWheels, da Escola de Engenharia da UFMG, disputou uma corrida de triciclos para atletas com lesões medulares, incluindo paraplégicos e tetraplégicos classificado em 9º lugar na categoria FES Cycling Race. Jonathas Scarano treina no Laboratório de Bioengenharia (Labbio) e também ao ar livre, no Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG. Seu triciclo é equipado com uma tecnologia baseada na eletroestimulação funcional, método que utiliza pulsos elétricos transcutâneos controlados por inteligência artificial (IA) para ativar os músculos das pernas de forma coordenada, tornando possível que pedale de forma independente. O atleta conta com acompanhamento fisioterápico e médico e interage com as equipes de engenharia e de tecnologia. “O projeto é muito promissor e tende a beneficiar outras pessoas com mobilidade reduzida”, observa. Modelo exclusivo Segundo o professor Henrique Martins, vice-diretor da Escola de Engenharia e coordenador do FreeWheels, o triciclo que será pilotado por Jonathas Scarano não é um modelo comercial, mas desenvolvido especificamente para a competição. “A equipe FreeWheels concebeu o equipamento em parceria com a Universidade de Montpellier (França). O projeto tem participação de profissionais de diversas áreas, como engenharia, fisioterapia e medicina, que trabalham em conjunto para aprimorar a tecnologia e o desempenho dos atletas”, detalha. O triciclo tem sensores que detectam a posição do pedal e enviam essa informação para o sistema de IA, que, por sua vez, controla a aplicação dos pulsos elétricos nos músculos do Jonathas. Os recursos financeiros para as bolsas dos pesquisadores, os insumos e a montagem do triciclo foram mediados pelo projeto PowerTrike, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Integrante da equipe, a médica Pollyanna Helena acrescenta que o FreeWheels pretende ampliar o alcance da tecnologia. “A eletroestimulação funcional, além de possibilitar a pedalada, auxilia na prevenção da atrofia muscular, melhora a circulação sanguínea, contribui para a cicatrização de feridas e pode até mesmo melhorar o condicionamento cardiovascular. Por isso, é possível proporcionar melhor qualidade de vida de outras pessoas com lesões medulares”. A equipe apoiada pela Fundação Christiano Ottoni, CMU Energia, Instituto do Galo, Brunsker e Visuri irá dar sequência ao desenvolvimento da tecnologia com dois objetivos principais: adotar as melhorias tecnológicas visando melhorar sua performance para a próxima seletiva regional que está prevista para o ano de 2026 e disponibilizar outros triciclos adaptados para que mais pessoas possam ter acesso a essa nova possibilidade de atividade física, e se beneficiem das vantagens que esse tipo de exercício pode trazer para saúde e bem estar.